Uma das perguntas mais difíceis que sempre me faço é: Quem sou eu? E a resposta, por vezes, vem insatisfatória. Não basta aqui elencar constatações sociodemográficas. Responder cor, gênero, idade ou quanto se tem na conta bancária. Mas, quem realmente SOU EU?
Esta auto provocação, entende-se como a base para quem esta na busca do autoconhecimento. Ao meu ver, ela fundamenta a construção e o - possível - sucesso da nossa trajetória como indivíduos.
Acredito, que existam propósitos a serem preenchidos, objetivos a serem alcançados, porém, como realmente determiná-los se não nos conhecemos, de verdade? Como desenvolver, projetar, criar se você não consegue determinar sequer o que te move?
E, vou além, esta é uma pergunta que a maioria das pessoas não se faz, pois, a maioria simplesmente vive. E, isto esta Ok. As pessoas não são obrigadas a serem engajadas nessa busca. Não é fácil, não é rápido e, principalmente, não se trata de uma constatação absoluta. É uma constante evolução do ser.
É um eterno processo de ressignificação, pois é impossível manter-se alheio a todas as situações ao nosso redor. Isso molda, isso muda, isso transforma a maneira como a gente enxerga, compreende e interage.
Claro, existem pessoas que estão alheias. Existem pessoas que estão no seu processo de despertar e existem aquelas que já entenderam o caminho. Por isso, da não obrigatoriedade de estar “presente”, pois estar de olhos abertos necessariamente não significa ver. Para isso, é preciso querer e se permitir.
Mas, para quem quer mais, para quem realmente quer ser a melhor versão de si deve-se questionar-se.
Deve instigar a insatisfação que surge, para desta forma colocar-se em movimento. Afinal, é a partir daqui que se inicia a procura pelo entendimento dos porques que nos cercam.
Levante a mão quem já passou pelo sentimento de não pertencimento, da não conexão consigo mesma. Ou, que até este momento, sequer sentiu a necessidade de desenvolver tal conexão, porque realmente nunca sentiu falta, mas percebe que agora algo internamente mexeu.
Antes de mais nada, não se sinta mal, sinta-se consciente. Este é o primeiro passo. Pois, tudo parte do momento em que se cria consciência, afinal
Pensamentos conduzem a sentimentos, sentimentos conduzem a ações e ações te levam a fazer o MOVIMENTO em busca da mudança.
O caminho para o autoconhecimento não se trata apenas do start para a conexão consigo mesma, mas também é a oportunidade de ser a protagonista de sua trajetória, de viver a liberdade e o prazer de ser realmente quem se é. É amor próprio, é auto estima é clareza.
Afinal, quanto mais eu me olho no espelho, mais me dispo dos julgamentos e enxergo além do mero reflexo. Percebo que entrei num movimento de transformação. Constato, que a busca de resposta não está mais atrelada a uma necessidade de afirmação, mas a busca esta em revelar-me a mim mesma.
É não somente descobrir quem sou, mas saber qual a minha mensagem, o meu propósito. É compreender o porque estou aqui.
Em sua brilhante palestra para o TEDx*, Carolina McHugh simplesmente nos desperta:
"Você não é os seus pensamentos, porque você os pensa. E não pode ser seus sentimentos, porque senão, quem é o “você” que os sente? Você não é o que tem. Você não é o que você faz, você não é nem quem você ama ou quem ama você. Tem que haver alguma coisa abaixo disso tudo. Você é você, e essa é a sua mensagem."
E, com isso, retomo ao ponto de partida. A pergunta que ao mesmo tempo tão distante e tão próxima de uma resposta, me atiça mostrando que o autoconhecimento não tem uma resposta certa, mas sim que o autoconhecimento é o processo.
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