Meditação: Uma Prática de Presença e Intenção
O que me traz calmaria em tempos de incerteza é isso: presença e intenção.
Presença porque que me faz focar no momento. E intenção é o querer, a entrega.
E eu as encontro, principalmente, através da meditação.
Adoro todo o ritual que a precede. A penumbra que me cobre, o aroma de terra e ervas que gravitam no ar. Isso tudo simboliza para mim algo de sagrado e evoca o despertar de todos os meus sentidos.
Existe aqui uma pausa para a escuta.
Deste lugar sai o reconhecimento, a validação. É daqui que gero o movimento para tudo que busco fazer.
Quem mais sente isso?! A meditação é um momento muito oportuno para criarmos pausas de escuta, conexão. Ela me traz para o presente e me ajuda a dissipar qualquer ruído externo. Minha válvula de escape para aqueles dias nebulosos em que a mente teima em perambular.
É na meditação que podemos aflorar a nossa intuição e trazer à luz as nossas vontades que muitas vezes deixamos encobertas.
A ideia principal da meditação não é parar de pensar, mas fazer com que os pensamentos simplesmente fluam, sigam o seu curso.
Mas, confesso ter que lidar com os meus pensamentos e os ruídos externos pode não ser uma tarefa tão fácil assim, por isso quando me sinto distraída eu faço duas coisas: trago de volta minha atenção para a minha postura e respiração.
Eu faço isso retomando todos os passos que me ajudam a me acomodar melhor para a prática de meditação:
1. Sempre escolho uma posição confortável deitada ou sentada.
2. As pernas ficam confortavelmente cruzadas à frente quando sentada no chão - ou se estiver sentada em uma cadeira, os pés ficam bem apoiados no chão e os joelhos afastados alguns centímetros.
3. O tronco deve estar ereto, numa postura firme e aberta. Se estiver em uma cadeira, é melhor não se encostar. Se sinto que comecei a me encurvar eu simplesmente volto a postura inicial.
4. As mãos ficam abertas, com as palmas para baixo, repousadas sobre as coxas ou senão escolho algum Mudra* que sinto me ajudam a equilibrar as emoções e pensamentos.
5. Os olhos ficam fechados e desta forma eu consigo me conectar e relaxar, permanecendo atenta a mim mesma.
6. A boca fica levemente entreaberta, de modo que o maxilar relaxe, permitindo que o ar circule livremente pela boca e pelo nariz. A ponta da língua pode estar apoiada no céu da boca.
Toda a vez que me percebo distraída eu repasso todos esses passos e assim eu consigo lentamente retomar atenção para o meu corpo e para minha respiração.
Essa técnica eu aprendi com a Monja Pema Chödrön, no seu delicioso livro Quando tudo se desfaz: orientação para tempos difficiles, leitura obrigatória para tempos incertos.
E vocês, quais são os segredinhos para se manterem atentas a esses momentos?!
Aproveito para disponibilizar para vocês as playlists que me ajudam na condução desta prática:
Playlist Spotify: Nesta Playlist selecionei músicas para quem gosta de sons e mantras, ideal para quem prefere uma prática não guiada
Playlist Meditação Guiada: Nesta Playlist vocês encontraram meditações guiadas perfeitas para quem quer iniciar a prática
*Mudra são gestos simbólicos feito com as mãos, com capacidade de purificar e equilibrar as energias do corpo, bem como as emoções e os pensamentos.
